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Quando a falta de conversão correta quase causou uma tragédia: o caso do Gimli Glider

  • DANMETRO
  • 26 de ago.
  • 4 min de leitura
 Avião pousa sem combustível devido a erro na conversão de unidades
 Erro de medição real e grave


Em 1983, um erro simples na conversão de unidades quase levou a um desastre aéreo. O Voo 143 da Air Canada, um Boeing 767 recém-integrado à frota, ficou sem combustível em pleno voo e precisou realizar um pouso de emergência — sem motores, sem propulsão, apenas com o que restava de altitude e habilidade da tripulação.


O episódio ficou conhecido como “Gimli Glider”, e hoje é um dos exemplos mais emblemáticos da importância da metrologia aplicada na prática: medir, converter e interpretar corretamente pode ser a diferença entre segurança e catástrofe.


O que aconteceu?

O Boeing 767 era um modelo novo na época e utilizava um sistema de abastecimento baseado em unidades métricas (quilogramas), ao contrário das aeronaves anteriores, que utilizavam unidades imperiais (libras).


No dia 23 de julho de 1983, ao abastecer a aeronave para o voo entre Montreal e Edmonton, a equipe de solo realizou o cálculo da quantidade de combustível necessária utilizando libras, mas abasteceu a aeronave com a quantidade em quilogramas — uma diferença significativa, já que 1 kg de combustível equivale a aproximadamente 2,2 lb.


Resultado: a aeronave decolou com menos da metade do combustível necessário.


As consequências

Durante o voo, ambos os motores pararam por falta de combustível. O avião se transformou em um grande planador, e os pilotos tiveram que executar manobras de emergência sem assistência hidráulica e elétrica.


O comandante conseguiu realizar um pouso de emergência em uma pista desativada de uma base aérea em Gimli, que havia sido convertida para uso recreativo. Apesar dos pneus estourados e da ausência de equipamentos funcionais, ninguém morreu — mas o incidente quase se transformou em uma tragédia.


O erro de medição em detalhes


  • Falha de conversão: A quantidade de combustível foi calculada como se 1 litro de querosene pesasse 1,77 libras, quando o correto era 0,80 kg.

  • Causa raiz: Ausência de procedimentos de verificação cruzada e falha na atualização de treinamentos para a nova frota com sistema métrico.

  • Consequência direta: Medição incorreta levou à interpretação errada de um valor crítico para a segurança do voo.


O que isso tem a ver com a sua empresa?

Embora este caso seja extremo e envolva aviação, o princípio é universal: medições erradas, mal convertidas ou mal interpretadas podem gerar falhas graves, retrabalho, perdas financeiras e, em alguns casos, riscos à segurança.


Na indústria, situações parecidas acontecem com frequência quando:


  • Não há rastreabilidade metrológica dos instrumentos;

  • O pessoal técnico não está treinado para interpretar unidades ou tolerâncias;

  • Há confusão entre escalas, grandezas ou sistemas de unidades (kgf x N, psi x bar, mL x L, por exemplo);

  • Falta revisão ou verificação cruzada de medições críticas.


Lições do caso Gimli para a metrologia industrial


  • Padronização é essencial: O uso de sistemas de unidades diferentes exige controles rigorosos e comunicação clara.

  • Treinamento contínuo evita erros humanos: Toda mudança técnica deve vir acompanhada de capacitação adequada.

  • A rastreabilidade protege contra falhas: Usar instrumentos calibrados e certificados reduz riscos de desvios críticos.

  • A cultura de medição deve ser ativa, não passiva: A metrologia não pode ser vista apenas como um requisito — ela é parte da inteligência operacional.


O Voo 143 terminou com um final surpreendente e heróico, mas não por sorte — e sim por uma grande habilidade dos pilotos. No entanto, ele só foi necessário porque um erro de conversão passou despercebido.


Na indústria, esse tipo de erro pode se repetir todos os dias, silenciosamente. E é por isso que investir em medições confiáveis, instrumentos rastreados e interpretação técnica adequada é muito mais do que uma exigência normativa — é uma forma de preservar a qualidade, os recursos e a segurança.


A Danmetro atua com foco na confiabilidade metrológica, oferecendo serviços de calibração acreditada, treinamentos técnicos e suporte especializado. Se sua empresa depende de medições corretas para tomar decisões seguras, conte com quem entende a importância por trás de cada número.




Por que erros de conversão de unidades são tão perigosos na indústria?

 Porque podem gerar interpretações incorretas de dados críticos, levando a falhas de processo, retrabalho, prejuízos financeiros e até riscos à segurança.


O que é rastreabilidade metrológica e por que ela é importante?

 É a capacidade de relacionar uma medição a padrões reconhecidos, por meio de uma cadeia ininterrupta de calibrações. Isso garante confiança nos resultados e conformidade com normas técnicas.

Como evitar erros humanos relacionados à medição?

 Através de treinamentos contínuos, padronização de processos, verificação cruzada e uso de instrumentos calibrados com certificados atualizados.


 Quais são os erros mais comuns na interpretação de medições?

 Confusão entre unidades (como kgf e N, psi e bar), falhas na leitura de escalas, uso de instrumentos descalibrados e ausência de revisão por pares em medições críticas.


Qual a principal lição do caso do Voo 143 para a indústria?

 Que um pequeno erro de conversão, quando não detectado, pode ter consequências graves. Medir corretamente é um pilar essencial para a segurança, eficiência e qualidade em qualquer setor.








 
 
 

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